domingo, 4 de dezembro de 2011

Paciência

Faltam-me adjectivos para descrever as qualidades e o momento de forma de Il Principino
Conte tinha dado antecipadamente o repto. O jogo com o Cesena é um daqueles onde se tem muito a perder e nada a ganhar. Previsão certíssima. Durante 72 longos minutos os adeptos bianconeri questionavam-se: Como empurrar um autocarro estacionado em frente à baliza do veterano Antonioli? A resposta sintética encontra-se no título deste texto.

O desafio foi de sentido único. Pouca história, portanto. Juventus com domínio quase total, enorme diferença na posse de bola e muitas chances de golo desperdiçadas. Pazienza estreou-se a titular, beneficiando da ausência do castigado Pirlo. Fazendo jus ao nome e à exibição juventina actuou como um verdadeiro relógio suíço, inexcedível no passe cadenciado para o dinâmico Vidal e para o versátil Marchisio. Apesar da boa prova, não fez esquecer o habitual maestro. 

Em tarde francamente desinspirada esteve Matri, completamente desastrado na finalização, acabando por não surpreender a precoce entrada de Quagliarella para o seu lugar. Pepe não conseguiu voltar a ser decisivo como nas últimas partidas e o próprio Vucinic mostrava-se algo fatigado, saindo também cedo da partida para dar lugar ao azarado Del Piero, vítima de entrada assassina de Rossi. Il capitano não ganhou para o susto. Teve que sair de imediato e passar pelo hospital onde foi suturado com oito pontos na cabeça.

O lance que envolveu a lesão de Del Piero acabou por ser apenas um exemplo da péssima arbitragem realizada pela equipa liderada por Doveri. Livres perigosos transformados em pontapés de canto. Pontapés de canto que passaram a pontapés de baliza. Barreiras a cinco-seis metros das marcas onde se cobravam os livres. De tudo um pouco se viu, mas quem assistiu ao jogo certamente se perguntará como é que Rossi conseguiu acabar a partida. Um amarelo é demasiado redutor para quem distribuiu pancada sem o menor pudor. O penalty assinalado a Antonioli e consequente vermelho são ridículos. Não há rigorosamente nada sobre Giaccherini. Em suma, arbitragem péssima. 

Voltando à paciência, merece amplo destaque a forma concentrada como a Juventus actuou até ao golo inaugural. Sem nunca perder a cabeça, nem arriscar demasiado, mais uma prova de grande maturidade. Palavra final para Marchisio, o obreiro do empurrão ao autocarro. Com um trabalho técnico notável, retirou um adversário da frente, disparando de pé esquerdo, forte e colocado, para mais um golo magnífico. O sexto da temporada e o décimo sexto pelos bianconeri. Lippi afirmou esta semana que Il Principino é um verdadeiro fora de série, ao nível dos grandes centrocampistas europeus como Gerrard e Lampard. Corroboro a opinião e complemento: Marchisio é a grande figura da Juventus e do futebol italiano nesta temporada.

Os
highlights:

2 comentários:

Anónimo disse...

Jogo complicado, mas com a determinação e raça que é costime esta época lá conseguimos a vitoria, diga se de passagem, JUSTISSIMA!

Forza JUVE!

João Caniço disse...

Grande atitude competitiva, plena de maturidade. A Juventus está no caminho certo.
Abraço.