quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Craques Bianconeri: Omar Sivori

Omar Sivori nasceu a 2 de Outubro de 1935 em San Nicolas na Argentina. Começou para o futebol nas camadas jovens do River Plate onde se estreou na equipa principal aos 19 anos. Rapidamente se impôs como titular e foi determinante para a conquista de 3 títulos argentinos consecutivos, 1955, 1956 e 1957. Nesse mesmo ano de 1957 foi o principal responsável pela conquista da Copa América pela selecção argentina, que se disputou no Perú, formando um trio de ataque demolidor com Humberto Maschio e Antonio Angelillo, que ficou conhecido na história do futebol como o Trio da Cara Suja... 
Ficou célebre a final dessa Copa América na qual a Argentina despachou o Brasil por 3-0 com uma grande exibição de Sivori. Nesse mesmo ano El Cabezon é transferido para a Juventus pela quantia de 80 mil euros(!), verba que permitiu ao River terminar a construção do seu estádio, o Monumental. Recém chegado a Turim, os tifosi bianconeri colocaram muitas dúvidas sobre como seria possível um ragazzo de estatura baixa, tronco desmesurado para o resto do corpo e perna curta ser jogador de futebol... Mal tocou na bola as dúvidas dissiparam-se... fantasista, veloz, drible curto em progressão sobre o flanco esquerdo, especialista em fazer túneis que deixavam meio zonzos os seus adversários depressa se tornou um grande ídolo no Comunale.
Formou trio de ataque fantástico com o já veterano Boniperti e o gigante galês Charles. Sagrou-se tri-campeão italiano pela Juve em 1958, 1960 e 1961 e conquistou três taças de Itália em 1959, 1960 e 1965. Em termos individuais foi o melhor marcador da Série A em 1960 com 27 golos apontados e conquistou a Bola de Ouro da France Football em 1961 para melhor jogador europeu do ano, já que Sivori se naturalizou italiano tendo participado no Campeonato do Mundo de 1962 disputado no Chile pela squadra azzurra. Em apenas 9 presenças na nazionale Sivori apontou 8 golos...
Com o fim da carreira de Boniperti em 1961 e o regresso de Charles ao País de Gales em 1962 a squadra bianconera perdeu qualidade não voltando Sivori a conquistar qualquer scudetto até 1965, ano em que Avvocato Agnelli - apesar da enorme qualidade de Omar e do seu génio futebolístico, o presidente da vecchia signora fartou-se do seu terrível feitio, carácter indomável e conflituoso, tipicamente sul americano (teve 33 jogos suspenso durante 8 épocas...) - se decidiu pela venda do seu passe ao Nápoles. Para a história ficam os seus excelentes números como juventino: 253 jogos e 167 golos! Como referência fica que Sivori foi o autor do golo da vitória da Juve sobre o Real Madrid em 1962 naquela que foi a primeira vitória de uma equipa italiana em pleno Santiago Bernabéu. Detém ainda o recorde de golos num só jogo da Série A ao apontar 6 numa jogo de repetição em 1961 contra o Inter, embora os nerazzurri em sinal de protesto tenham apresentado a equipa Primavera, o resultado foi de 9-1...
Em Nápoles formou dupla com o italo-brasileiro Altafini que também no ano de 1965 chegou a Nápoles vindo do Milan. Com um tal de Dino Zoff na baliza, ainda jovem, o Nápoles começou o seu crescimento no Calcio tendo estado muito perto de vencer o scudetto em 1968 sendo superado por pouco pelo Milan. Quanto a Sivori ainda realizou as duas primeiras épocas a um nível aceitável mas, as duas seguintes já praticamente se arrastava em campo martirizado por lesões no joelho esquerdo, terminando assim a carreira aos 34 anos em 1969.
Regressa depois à Argentina, tem uma efémera passagem como seleccionador argentino, retirando-se assim do futebol durante muitos anos para a sua quinta em San Nicolas, sua terra natal.
Em 1994 é indicado pela Juventus como olheiro para a América do Sul, cargo que desempenharia até à data do seu falecimento a 17 de Fevereiro de 2005, vítima de cancro no pâncreas, aos 69 anos.
Sivori será sempre recordado como um dos grandes símbolos da Juventus, é o seu 5º melhor marcador de sempre e é considerado por muitos como o 3º melhor jogador argentino de sempre, só superado por Maradona e Di Stefano.

7 comentários:

Rodolfo Moura disse...

JP,
Parabéns pelo texto, ficou sensacional! Só lamento que você tenha escrito antes que eu postasse um 'Memorabilia' com ele... :)
Abraços,

João Caniço disse...

Rodolfo,
muito obrigado por mais uma critica bem favorável :) Quanto ao teu 'Memorabilia' podes sempre tentar postar um texto mais completo sobre este grande craque!
Abraços

Anónimo disse...

Grande Sivori! Como ando atrás dos 'codinomes' dados aos argentinos, queria saber se ele tem algum. Tem?

Abraços,

João Caniço disse...

Cyntia, Omar SIvori era conhecido como 'El Cabezon' devido ao seu terrível feitio dentro de campo em especial quando agredia adversários à cabeçada, daí o nome... o trio ofensivo que formava na selecção argentina com Maschio e Angelito antes de partir para Itália era conhecido como o 'trio da cara suja', esta não consegui descobrir porquê...

Abraços

Anónimo disse...

Vou anotar o apelido dele. Obrigada. Minha lista está aumentando cada vez mais.

Vai ver que ele e os companheiros deviam aprontar muito. Apenas uma suposição.

Abraços,

João Caniço disse...

Pois, com o nome de 'Trio de Cara Suja' não deviam ser muito bem comportados dentro de campo não!... Já deves ter uma lista enorme de apelidos para os argentinos, eles são pródigos nisso...
Abraços

Anónimo disse...

Don Alfredo di Stéfano, La Saeta Rubia (A Seta Loira), el Mejor Futbolista de Todos los Tiempos