
Ficou célebre a final dessa Copa América na qual a Argentina despachou o Brasil por 3-0 com uma grande exibição de Sivori. Nesse mesmo ano El Cabezon é transferido para a Juventus pela quantia de 80 mil euros(!), verba que permitiu ao River terminar a construção do seu estádio, o Monumental. Recém chegado a Turim, os tifosi bianconeri colocaram muitas dúvidas sobre como seria possível um ragazzo de estatura baixa, tronco desmesurado para o resto do corpo e perna curta ser jogador de futebol... Mal tocou na bola as dúvidas dissiparam-se... fantasista, veloz, drible curto em progressão sobre o flanco esquerdo, especialista em fazer túneis que deixavam meio zonzos os seus adversários depressa se tornou um grande ídolo no Comunale.

Com o fim da carreira de Boniperti em 1961 e o regresso de Charles ao País de Gales em 1962 a squadra bianconera perdeu qualidade não voltando Sivori a conquistar qualquer scudetto até 1965, ano em que Avvocato Agnelli - apesar da enorme qualidade de Omar e do seu génio futebolístico, o presidente da vecchia signora fartou-se do seu terrível feitio, carácter indomável e conflituoso, tipicamente sul americano (teve 33 jogos suspenso durante 8 épocas...) - se decidiu pela venda do seu passe ao Nápoles. Para a história ficam os seus excelentes números como juventino: 253 jogos e 167 golos! Como referência fica que Sivori foi o autor do golo da vitória da Juve sobre o Real Madrid em 1962 naquela que foi a primeira vitória de uma equipa italiana em pleno Santiago Bernabéu. Detém ainda o recorde de golos num só jogo da Série A ao apontar 6 numa jogo de repetição em 1961 contra o Inter, embora os nerazzurri em sinal de protesto tenham apresentado a equipa Primavera, o resultado foi de 9-1...

Regressa depois à Argentina, tem uma efémera passagem como seleccionador argentino, retirando-se assim do futebol durante muitos anos para a sua quinta em San Nicolas, sua terra natal.
Em 1994 é indicado pela Juventus como olheiro para a América do Sul, cargo que desempenharia até à data do seu falecimento a 17 de Fevereiro de 2005, vítima de cancro no pâncreas, aos 69 anos.
Sivori será sempre recordado como um dos grandes símbolos da Juventus, é o seu 5º melhor marcador de sempre e é considerado por muitos como o 3º melhor jogador argentino de sempre, só superado por Maradona e Di Stefano.
7 comentários:
JP,
Parabéns pelo texto, ficou sensacional! Só lamento que você tenha escrito antes que eu postasse um 'Memorabilia' com ele... :)
Abraços,
Rodolfo,
muito obrigado por mais uma critica bem favorável :) Quanto ao teu 'Memorabilia' podes sempre tentar postar um texto mais completo sobre este grande craque!
Abraços
Grande Sivori! Como ando atrás dos 'codinomes' dados aos argentinos, queria saber se ele tem algum. Tem?
Abraços,
Cyntia, Omar SIvori era conhecido como 'El Cabezon' devido ao seu terrível feitio dentro de campo em especial quando agredia adversários à cabeçada, daí o nome... o trio ofensivo que formava na selecção argentina com Maschio e Angelito antes de partir para Itália era conhecido como o 'trio da cara suja', esta não consegui descobrir porquê...
Abraços
Vou anotar o apelido dele. Obrigada. Minha lista está aumentando cada vez mais.
Vai ver que ele e os companheiros deviam aprontar muito. Apenas uma suposição.
Abraços,
Pois, com o nome de 'Trio de Cara Suja' não deviam ser muito bem comportados dentro de campo não!... Já deves ter uma lista enorme de apelidos para os argentinos, eles são pródigos nisso...
Abraços
Don Alfredo di Stéfano, La Saeta Rubia (A Seta Loira), el Mejor Futbolista de Todos los Tiempos
Enviar um comentário