terça-feira, 24 de abril de 2012

A um passo do título

Falta pouco para a festa da consagração
A Série A 2011/12 entrou na recta final com a Juventus a ter o scudetto completamente à mercê graças a uma almofada de conforto de três pontos de vantagem para o Milan que lhe garante margem de erro num desses desafios. Sem menosprezar a qualidade dos adversários com que irá medir forças até final da competição, verifica-se que os próximos desafio são deslocações ao terreno das duas equipas que se encontram praticamente despromovidas - Cesena e Novara - faltando apenas depois a visita na penúltima rodada à Sardenha para defrontar o Cagliari que, muito provavelmente, já estará nessa altura com a manutenção assegurada, baixando assim o grau de dificuldade do encontro. Situação idêntica previsível para a recepção na última jornada à Atalanta, restando a visita do Lecce na 36ª jornada, desafio que se prevê ser o mais difícil dos cinco devido à situação periclitante da formação salentina na tabela classificativa. 

Posto isto e sem necessidade de olhar para o calendário do rival rossonero é fácil concluir que só uma verdadeira catástrofe afastará a vecchia signora da conquista do título. Há pouco mais de um mês atrás tal desfecho afigurava-se bastante improvável após a cedência de quatro empates consecutivos - Milan, Chievo, Bologna e Genoa - que deixou os bianconeri a quatro pontos da liderança. Levantaram-se justificadas dúvidas sobre as reais capacidades da squadra de Conte, que denotava alguma falta de frescura física e um gritante défice concretizador. A juntar a este cenário, já de si pouco animador, aproximava-se o terrível ciclo de confrontos com a maior parte das equipas que têm ocupado os lugares cimeiros do calcio nas últimas temporadas, sem esquecer que o Milan parecia seguir imparável rumo à revalidação do tricolore

É então que se dá a estrondosa goleada de Florença, verdadeiro ponto de inflexão na temporada. Seguiram-se vitórias caseiras concludentes sobre Inter, Napoli e Roma. Pelo meio a deslocação à Sicília que alinhou pelo mesmo prisma. Sempre sem sofrer golos e a marcar em catadupa! Alternando o 4-3-3 com o 3-5-2 sem nunca perder a identidade e o equilíbrio táctico, Conte e a Juventus conseguiram unir qualidade de jogo e vitórias inequívocas. No entanto, bastou um jogo menos conseguido no aspecto da finalização e um raro erro defensivo para colocar em causa esta série de resultados positivos. É aí que entram em campo os grandes campeões, chamam a si o protagonismo e resolvem a situação. Falo naturalmente da recepção à Lazio e do golo decisivo de Del Piero. Obviamente que estes seis triunfos consecutivos não teriam surtido efeito em termos práticos de campeonato se o Milan não tivesse tropeçado e, felizmente, assim aconteceu por várias ocasiões.

Acredito assim que o mais difícil já foi superado. Basta apenas seguir na onda, que é como quem diz, manter elevados os níveis de motivação e de concentração e o scudetto não tardará a regressar a Turim, se possível sem derrotas, feito nunca antes alcançado na história do clube. Merecedor de rasgados elogios a extraordinária capacidade defensiva da equipa, com apenas 18 golos sofridos em 33 jogos, pouco mais que meio golo por jogo. No entanto, 57 golos apontados fazem com que a média de golos marcados não chegue sequer a 2 golos por jogo. Não se pode considerar negativo, mas está longe de ser brilhante. Analisar dados estatísticos no Futebol tem sempre uma quota parte de relativo, mas neste caso conclui-se que a maior fragilidade da Juve reside no sector ofensivo, não se estranhando assim a constante especulação de vários nomes associados ao reforço do ataque bianconero para a próxima temporada.

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