domingo, 20 de maio de 2012

Desilusão

Del Piero não conseguiu marcar na despedida
1 ano e 43 jogos depois a Juve volta a sentir o amargo sabor da derrota. Falta de sorte e alguma inépcia  nos momentos capitais da partida explicam o sucedido. A perda de uma final é sempre dolorosa, ainda para mais quando estava em causa a dobradinha e o décimo triunfo na competição, mas não retiram brilho a uma temporada quase perfeita e que permanecerá inesquecível na memória dos bianconeri. Foi também o último jogo de Del Piero com a maglia juventina. Não terá sido certamente o adeus mais desejado por il capitano.  

Depois de consumada a derrota é fácil criticar o treinador pelas eventuais opções menos acertadas. Não vamos por aí. Storari e Del Piero foram titulares em todos os jogos da competição e Conte foi coerente, mantendo a aposta. Discutível é certo, em especial no caso do guardião que tem a sua quota-parte de responsabilidade no lance da grande penalidade. Ainda mais discutível se revelou a opção por Borriello em detrimento de Vucinic. A ideia era ter uma referência entre os centrais contrários, mas foi notória a falta da imprevisibilidade do montenegrino.


3-5-2. Esquemas tácticos iguais o que originou várias interessantes parelhas, nomeadamente na luta a meio-campo com destaque para Vidal vs Inler e Pirlo vs Hamsik. O centrocampista suíço, não só neutralizou a maior parte das investidas do guerreiro chileno, como se revelou exímio a impelir os partenopei para o ataque. A colocação posicional do médio eslovaco foi estratégica para o desenrolar da partida, já que assumiu uma marcação cerrada ao maestro bianconero, impedindo-o de organizar como tão bem gosta e sabe. 

Perante este cenário assistiu-se a uma verdadeira batalha táctica e física na primeira metade, com o Napoli a entrar melhor na partida e a Juve a sair por cima na parte final. Zuniga teve o golo na cabeça logo a abrir o desafio, mas permitiu a Storari uma defesa de recurso. Lavezzi, a actuar entre linhas, dispôs de algum espaço para as suas vertiginosas deambulações, ficando a poucos centímetros do golo aos 11' num disparo cruzado.

A vecchia signora equilibrou a partida após o primeiro quarto-de-hora e com o avançar do relógio mostrou-se perigosa em várias ocasiões: 18' remate em arco de Marchisio para vistosa parada de De Sanctis, 38' lance individual de Borriello com remate fortíssimo a sair rente ao poste da baliza e em cima do intervalo livre de Del Piero para defesa atenta do antigo guardião bianconero

Merece no entanto destaque um lance de Marchisio, pouco antes dos 45', em que é derrubado no momento da tentativa de remate por Aronica. Penalty escandaloso que ficou por assinalar! É tremendamente redutor classificar um insucesso com um erro de arbitragem mas tal situação merece e deve ser devidamente assinalada. Caso Brighi tivesse sancionado a infracção a decisão do vencedor do jogo poderia muito bem ter sido outra...

O cariz do desafio não se alterou na etapa complementar, aliás, até aumentou o truncamento do jogo a meio-campo. Muitas faltas e vigoroso confronto físico. Nada de grande registo a assinalar até aos 62', momento do lance capital da partida. Lavezzi consegue distanciar-se da marcação de Bonucci e Barzagli na sequência de um lançamento de linha lateral (!) e é derrubado pelo precipitado Storari, que entrou a direito sobre o dianteiro argentino em vez de fazer apenas a contenção. Cavani não desperdiçou tamanho ensejo e converteu com categoria a grande penalidade.

Menos de meia-hora para jogar e a Juve a ter obrigatoriamente que correr atrás do prejuízo. Conte não demorou a trocar Del Piero e Lichtsteiner por Vucinic e Pepe, para pouco depois esgotar as substituições fazendo entrar Quagliarella e retirando Borriello. A equipa finalmente acordou e mostrou um pouco do futebol entusiasmante que exibiu durante muitos momentos da temporada. O Napoli foi obrigado a recuar e a Juve esteve perto da igualdade num excelente pontapé de Bonucci desviado superiormente por De Sanctis. Canto do cisne por intermédio de Pepe, grande jogada individual, disparo de sinistro, para defesa quase miraculosa do guardião partenopeo.

Balanceados no ataque, os bianconeri colocaram-se a jeito das rápidas transições do Napoli e foi assim que surgiu o lance que confirmou o vencedor do troféu. Condução de bola de Pandev, passe mortífero para Hamsik desviar fora do alcance de Storari. 0-2. O Napoli colocava fim a um jejum de 22 anos e a Juve sofria a primeira derrota da temporada. Até final ainda houve tempo para Quagliarella responder a uma provocação de Aronica. Cartão vermelho a punir uma inqualificável cotovelada. 

Os highlights:

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