sexta-feira, 19 de março de 2010

Revolução, já!

"È sicuramente la stagione più difficile dopo quella dell'esonero di Lippi." - Del Piero. As declarações do capitão da Juventus proferidas logo após o desastre de Londres dificilmente poderiam ter tido mais lúcidas e objectivas relativamente à péssima temporada da vecchia signora. A exibição da equipa durante o jogo de ontem caricatura na perfeição uma época tremendamente negativa e que em nada ilustra 113 anos da história do clube.

Para além da estrondosa falta de qualidade da maior parte dos elementos que alinharam em Craven Cottage há a destacar as atitudes deploráveis de Zebina e Felipe Melo, que se recusaram a aceitar com desportivismo a vergonhosa derrota e agrediram dois adversários. O brasileiro teve sorte, em mais uma decisão controversa do árbitro holandês, visto que apenas viu cartão amarelo, ao passo que o francês foi justamente expulso e ainda exibiu um gesto obsceno para com os adeptos bianconeri que o apupavam. Já no passado domingo, no final da partida com o Siena, tinha sido o mesmo Felipe Melo a responder irado às provocações vindas das bancadas. Estas situações são simplesmente inadmissíveis! Os dois jogadores em questão não merecem envergar mais a gloriosa maglia bianconera, não fizeram por respeitá-la e deveriam abandonar o clube no final da temporada, sem mais delongas!

O aspecto mais negativo da gestão Blanc & Secco está directamente relacionada com os graves erros de casting em torno do reforço da equipa no pós-calciocaos. As apostas a custo zero (Grygera e Salihamidzic), na experiência (Cannavaro e Grosso) e no mercado canarinho (Amauri, Diego e Felipe Melo) revelaram-se completamente falhadas. Salvaram-se as contratações de Sissoko e Iaquinta, tal como a consolidação dos jovens De Ceglie, Giovinco e em especial Marchisio na primeira equipa.
A Juve possui uma excelente escola de formação e é absolutamente vantajoso consolidar os melhores talentos na formação principal. Não se devem voltar a cometer erros como os verificados com Criscito e Palladino, que nunca tiveram a confiança necessária para serem apostas efectivas na vecchia signora e brilham agora no Génova em regime de co-propriedade. Esperemos então pela decisão no final da temporada e a confirmarem-se os rumores da ida do melhor lateral esquerdo italiano da actualidade para o Inter é caso para ficar (ainda mais) desolado com a actuação da società juventina.

Após a estrondosa vitória em Stamford Bridge, Mourinho afirmou que os melhores jogadores não fazem as melhores equipas e está coberto de razão. A Juve tem imperiosamente que reconstruir o seu plantel, mas terá que o fazer com acerto, de modo a não repetir os erros recentes. Existe dinheiro para investir visto que a Juventus é um dos raros casos a nível dos principais clubes europeus que não apresentam dívidas.
Muitos nomes de possíveis reforços têm sido veiculados nos últimos tempos e alguns deles são bastante bons no binómio qualidade-preço. Mantendo a estrutura base assente em Buffon, Chiellini, Sissoko, Marchisio, Del Piero e Iaquinta torna-se imperioso reforçar a squadra com um lateral, um defesa central, um centrocampista, um extremo e um avançado de qualidade. Veremos lá mais para o Verão quem serão as escolhas da società.


Quanto às escolhas técnicas para a próxima temporada, Cesare Prandelli parece ser o eleito para novo treinador. O antigo jogador da Juve tem feito um excelente trabalho em Florença e tem tudo para ser uma óptima aposta.
Outro caso a rever é a necessidade da vinda de um novo director-geral para o futebol, alguém com provas dadas no calcio e que liberte desta maneira Blanc para a gestão presidencial. O francês acumula três cargos - presidente, administrador delegado e director-geral - e está mais visto que essa tripla situação pouco ou nada tem beneficiado os destinos da Juventus em termos desportivos.
Finalmente a questão dos campos de treinos de Vinovo, supostamente responsável pela hecatombe de lesões surgida nos jogadores bianconeri. Este é porventura o caso de mais fácil resolução. Actualmente é relativamente simples analisarem-se questões deste género e a confirmarem-se os perigos existentes nos relvados em questão devem ser substituídos a contendo.

2 comentários:

Bruno disse...

Certamente Lippi deverá assumir a diretoria de futebol e varrer de Turim os indignos.

Felipe Melo e Zebina deveriam ter sido afastados do elenco após tais deploráveis atitudes.

Sobre as aquisições pós-calciocaos, é discutível a titularide de Grygera (especialmente esta época), mas certamente sua aquisição, como Salih, foram para encorpar o elenco(até gosto do 2º, é tecnicamente fraco mas demonstra sempre muita vontade). Em suma, ambos tiveram momentos razoáveis e pesa o custo beneficio.

Cannavaro, Amauri e Felipe Melo foram os grandes erros.

O zagueiro já estava muito mal em Madrid e foi um daqueles que abandonou o clube em 2006, mostrando pouco comprometimento com o clube.

O ítalo-brasileiro é aquele tipo de jogador que se destaca apenas em times menores, sem muita pressão, além de também ser fraco tecnicamente. Não vale o que foi pago.

Felipe Melo não comentarei pois sua falta de qualidade salta aos olhos, sem falar no destempero(e pensar que o razoavel Marchionni está muito bem em Florença).

Diego tem sido uma decepção, seu futebol talvez pareça incompatível com a marcação forte no Calcio. Em outro post comento sobre ele.

Quanto a Fabio Grosso, o lateral tem alternado bons lances e maus momentos, não tem sido de todo ruim, continuo com a ideia que seu futebol, forte ofensivamente, é prejudicado pelo meio-campo desorientado na marcação, não efetua a cobertura necessária(na Copa Gattuso marcava por ali). De qualquer modo, reforçava o elenco sendo DeCeglie o titular. Ainda assim, Grosso e Cannavaro são veteranos e o clube, desde o calciocaos, necessita de renovação.

As saidas de Criscito e Palladino foram mesmo inexplicaveis.(Uma pergunta: em regime de co-propriedade, eles não poderão retornar?)Temo que ocorra o mesmo com Giovinco.

O que mais me enraivesce é comparar a administração bainconera com a Inter. Lúcio e Pandev foram contratados a custo zero. Sneijder e Motta custaram 15 milhoes de euros a menos que Diego-Felipe Melo.

Por isso a cr´tica maior deve recair sobre Blanc, Secco e o observador Castagnini

João Caniço disse...

Bruno, os meus parabéns pelo comentário, bastante pertinente e no qual revejo bastante das minhas opiniões.
Certamente Lippi seria a melhor opção para o lugar de director-geral, tal como Felipe Melo e Zebina seriam imediatamente afastados da equipa após os últimos incidentes.
Quanto ao Grygera e ao Salihamidzic é evidente que foram úteis no pós-calciocaos, mas actualmente são opções a menos e o seu futuro em Turim deveria ser seriamente repensado.
Estou de pleno acordo com as leituras sobre Cannavaro, Amauri e Felipe Melo.
Diego é de facto um caso especial que merece redobrada atenção e deve-se ponderar bastante sobre a sua venda ou não no final da época.
Sobre Grosso, não o tenho por mau jogador, longe disso, mas é certo que as suas actuações têm deixado algo a desejar. Aliado à sua idade acredito que Criscito que é apenas o melhor lateral esquerdo da actualidade, seria o ideal para a posição, com De Ceglie como alternativa.
Os passes de Criscito e Palladino pertencem em partes iguais (50%) a Génova e a Juventus. Se os clubes não chegarem a acordo sobre o futuro dos atletas até final da temporada será agendada uma reunião na FIGC (Federação Italiana de Futebol) onde ambos os clubes entregarão um envelope com a proposta monetária pela restante parte do passe. A proposta é secreta. Quem fizer a proposta mais alta fica com os 100% do passe do jogador.
Sem dúvida que os grandes responsáveis por este desastre são Blanc e Secco. O olheiro Castagnini terá a sua quota-parte, mas em última instância não será ele a decidir, penso eu.
Abraços