segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Legrottaglie no Milan

Verdadeiramente incrível a estratégia de mercado da Juventus, que se desfaz de um jogador competente e fiável, grande profissional, cedendo-o de forma gratuita (!) a um rival e actual líder do campeonato. É certo que a recente contratação de Barzagli reduziria o espaço de Nicola Legrottaglie na primeira equipa bianconera, mas também não é menos verdade que um jogador com a sua experiência, carisma e espírito colectivo não é de deitar fora, sem esquecer que um plantel deve ser constituído por quatro defesas centrais. Rinaudo ostenta actualmente o estatuto de quarto central. Emprestado pelo Nápoles, actuou 1 (!) jogo pela vecchia signora e está há meses no estaleiro. Sintomático de uma solução transitória e com pouca lógica. Pode-se argumentar com a idade (34 anos) de Legrottaglie e o facto de estar em final de contrato, mas quem acompanha de perto o Calcio sabe da longevidade que por norma os defesas italianos apresentam. A extensão contratual com um jogador que está ligado à Juventus desde 2003 e que sempre exibiu um comportamento exemplar para com colegas, dirigentes e adeptos creio que não seria problema.

Depois de duas óptimas temporadas no Chievo e de se ter estreado na nazionale, Legrottaglie chegou a Turim com 26 anos de idade, como escolha de Lippi para preparar a sucessão dos veteranos Ferrara e Montero. Uma arreliadora pubalgia limitou-lhe a condição física necessária para uma afirmação imediata na primeira equipa. O saldo da primeira stagione esteve longe de ser positivo e a chegada de Cannavaro na temporada seguinte, aliada à deslocação de Thuram para o centro da defesa, fecharam-lhe por completo as portas do onze. O novo timoneiro, Capello, não contava com ele, cedendo-o por empréstimo a Bolonha e Siena. Após o Calciocaos regressa à Juve, aceitando disputar com a vecchia signora a Série B. Consumado o regresso à elite do futebol italiano, assume-se finalmente como titular da Juventus, formando dupla eficaz com Chiellini durante duas temporadas consecutivas. Em sistema de rotatividade com Cannavaro em 2009/10 manteve-se como protagonista na retaguarda juventina até à contratação de Bonucci, forte aposta para o futuro, que o relegou para o banco de suplentes.

Central fino, elegante e de bom recorte técnico, Il Duca despede-se da Juventus após 154 jogos e 9 golos, tendo conquistado 1 campeonato da Série B e 1 Supertaça de Itália. Grazie, Nicola.

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