Flops brasileiros?

Após a derrota e exibição menos conseguida perante o Bordéus, intensificaram-se um pouco por toda a imprensa italiana os ataques a Amauri, Diego e Felipe Melo catalogados como réus pelo momento negativo vivido na vecchia signora.

Concordo em absoluto sobre as críticas ao rendimento bastante aquém do esperado demonstrado pelo trio brasileiro. Não convém esquecer que a soma total das aquisições dos seus passes por parte da Juve ascendeu a um valor próximo dos 72 milhões de euros e como tal esperar-se-ia um desempenho bastante mais conseguido, atendendo não apenas à responsabilidade por tão elevados montantes, como pela própria qualidade patenteada pelos atletas em questão nos emblemas que representaram imediatamente antes de se vincularem à Juventus.
Não posso é estar de acordo com o rótulo de bodes expiatórios imposto pela parcial e volátil imprensa transalpina. Acredito nos valores de uma equipa, da importância do colectivo e quando se perde a responsabilidade é de todos e não apenas de alguns!

Analisando em pormenor, diria que o caso de Felipe Melo é o mais preocupante. Preferido em relação a D'Agostino - algo que na altura me fez muita confusão - e adquirido por um valor extremamente elevado para um médio defensivo, tem-se revelado um fiasco completo, assinando exibições negativas umas atrás das outras, complementadas com erros crassos que originaram a perda directa de pontos, situações pouco honrosas para um titular indiscutível da selecção brasileira. As fífias monumentais diante do Palermo e Bolonha são sintomáticas disso mesmo.

Amauri nunca foi um goleador nato, mas deu provas de qualidade no Palermo, o que lhe valeu o ingresso na Juventus, tendo realizado um bom arranque como bianconero na temporada passada. A polémica da naturalização aliada a uma arreliadora lesão fizeram com que perdesse a titularidade para Iaquinta e estivesse mais de 7 meses sem apontar um único golo. Passou por uma boa fase em Outubro, mas a expulsão frente ao Nápoles voltou a levá-lo a um marasmo exibicional neste mês de Novembro, com o ponto mais baixo na última partida, não apenas em termos ofensivos, como na maneira infantil como foi batido no lance do primeiro golo do Bordéus.

As expectativas em torno de Diego eram tremendamente elevadas e não tardaram a ser confirmadas no autêntico recital de futebol que o trequartista exibiu diante da Roma. No entanto, logo no jogo seguinte diante da Lazio sofreu uma lesão muscular e quando regressou não voltou a atingir o mesmo nível, embora não tenha estado tão mal quanto isso. O problema de Diego poderá ser em boa parte de adaptação e assimilação ao estatuto de médio criativo e jogador decisivo no esquema da Juventus, algo a que Zidane, Nedved e o próprio Platini não conseguiram fugir durante os primeiros tempos em que envergaram a maglia bianconera.

Conclui-se que a Juventus apostou forte na contratação do trio brasileiro de forma a dar o tão propalado salto de qualidade. A verdade é que as actuações não têm correspondido às expectativas e espera-se vivamente que consigam inverter essa tendência, já nas próximas e decisivas partidas.