quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Balanço positivo

Final de ano significa tempo de balanço da primeira metade da temporada bianconera. Analisando friamente os números poderíamos afirmar que não existem praticamente diferenças em relação à última stagione. Apenas mais um ponto na Série A e prematuramente afastada da competição europeia não parecem, à primeira vista, desempenhos muito animadores. Felizmente, existem grandes diferenças e para melhor, nomeadamente nos capítulos do desempenho, da ambição e das expectativas para a segunda parte da época.
Há pouco mais de um ano a Juve era humilhada em casa pelo Bayern e resvalava de forma decisiva para o abismo, de onde não mais saíria até a terrível temporada terminar. A gestão desportiva de Blanc revelou-se um desastre, Ferrara acabou engolido, entre outras coisas, pela teimosia de um sistema táctico onde coabitassem Diego e Del Piero e o interino Zaccheroni não fez melhor que o antigo craque juventino. Exigia-se uma revolução, não apenas no plantel, como, e em especial, nos órgãos de gestão e técnicos do clube, e ela não tardou a acontecer com o assumir da presidência da società por Andrea Agnelli e as contratações dos blucerchiati Del Neri e Marotta para a gestão desportiva da squadra.
Muitas dúvidas se levantaram sobre as capacidades e qualidades do novo treinador, adepto confesso do clássico 4*4*2, sistema táctico onde seria complicado enquadrar o futebol de Diego. Depois de um início periclitante com duas derrotas (Bari e Palermo) difíceis de digerir, a equipa serenou, motivou-se e começou a desenvolver mecanismos de jogo apreciáveis, potenciados em grande parte por Krasic, a grande contratação do último defeso e principal figura da actual Juventus. O extremo sérvio é um ala direito explosivo, que serve não só como ponto de referência ofensiva, mas também como principal elo de ligação entre o meio-campo e o ataque. Outro dos grandes méritos de Del Neri é a completa recuperação de Felipe Melo. De jogador problemático, conflituoso e com péssimos desempenhos, passou em poucos meses a elemento nuclear da estratégia bianconera, um verdadeiro pêndulo a meio-campo.
Para além de Krasic, a campanha de contratações também se pode considerar positiva, muito por culpa de Aquilani, Quagliarella e Bonucci. Depois de um ano terrível em Liverpool, o centrocampista reencontrou-se com o bom futebol e, afastados os problemas físicos, é o regista que a Juve tanto precisava. Também por empréstimo veio Quaglia que não tem desapontado. 9 golos, alguns deles de belo efeito, falam por si. Como é óbvio, será um erro tremendo se a vecchia signora não accionar, no final da temporada, a cláusula de opção de compra dos passes destes dois - na verdadeira acepção da palavra - reforços. Quanto ao defesa confirmou tudo o que de bom havia feito em Bari, afirmando-se também como indiscutível na azzurra, sempre ao lado de Chiellini.
Menções honrosas para Storari e Pepe. O guardião tem substituído com grande nível e eficácia Gigi Buffon, que está perto do regresso oficial aos relvados. Marchisio tem alinhado preferencialmente pela faixa esquerda o que tem equilibrado bastante a equipa em termos tácticos, relegando Pepe para o banco de suplentes. Apesar dessa condição e mesmo sem deslumbrar, o extremo tem-se revelado uma opção extremamente útil.
As vitórias sobre Milan e Lazio são claramente os melhores momentos da temporada até ao momento. Para além das duas (únicas) derrotas acima citadas merecem destaque pela negativa os empates caseiros frente a Roma e Fiorentina, duas partidas onde a Juventus foi nitidamente superior, esbanjando chances de golo em catadupa. Outras igualdades consentidas perante adversários menores explicam a diferença pontual de 5 pontos para o líder.
O mercado de Inverno está quase aí e esperam-se alguns reacertos no plantel juventino. Tem-se falado insistentemente na hipótese da vinda de um avançado, um centrocampista, um central e um lateral. Sissoko e Amauri parecem na porta de saída. Veremos o que o mês de Janeiro trará até à Corso Galileo Ferraris.

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