Final de ano significa tempo de balanço da primeira metade da temporada bianconera. Analisando friamente os números poderíamos afirmar que não existem praticamente diferenças em relação à última stagione. Apenas mais um ponto na Série A e prematuramente afastada da competição europeia não parecem, à primeira vista, desempenhos muito animadores. Felizmente, existem grandes diferenças e para melhor, nomeadamente nos capítulos do desempenho, da ambição e das expectativas para a segunda parte da época.
Há pouco mais de um ano a Juve era humilhada em casa pelo Bayern e resvalava de forma decisiva para o abismo, de onde não mais saíria até a terrível temporada terminar. A gestão desportiva de Blanc revelou-se um desastre, Ferrara acabou engolido, entre outras coisas, pela teimosia de um sistema táctico onde coabitassem Diego e Del Piero e o interino Zaccheroni não fez melhor que o antigo craque juventino. Exigia-se uma revolução, não apenas no plantel, como, e em especial, nos órgãos de gestão e técnicos do clube, e ela não tardou a acontecer com o assumir da presidência da società por Andrea Agnelli e as contratações dos blucerchiati Del Neri e Marotta para a gestão desportiva da squadra.
Muitas dúvidas se levantaram sobre as capacidades e qualidades do novo treinador, adepto confesso do clássico 4*4*2, sistema táctico onde seria complicado enquadrar o futebol de Diego. Depois de um início periclitante com duas derrotas (Bari e Palermo) difíceis de digerir, a equipa serenou, motivou-se e começou a desenvolver mecanismos de jogo apreciáveis, potenciados em grande parte por Krasic, a grande contratação do último defeso e principal figura da actual Juventus. O extremo sérvio é um ala direito explosivo, que serve não só como ponto de referência ofensiva, mas também como principal elo de ligação entre o meio-campo e o ataque. Outro dos grandes méritos de Del Neri é a completa recuperação de Felipe Melo. De jogador problemático, conflituoso e com péssimos desempenhos, passou em poucos meses a elemento nuclear da estratégia bianconera, um verdadeiro pêndulo a meio-campo.
Para além de Krasic, a campanha de contratações também se pode considerar positiva, muito por culpa de Aquilani, Quagliarella e Bonucci. Depois de um ano terrível em Liverpool, o centrocampista reencontrou-se com o bom futebol e, afastados os problemas físicos, é o regista que a Juve tanto precisava. Também por empréstimo veio Quaglia que não tem desapontado. 9 golos, alguns deles de belo efeito, falam por si. Como é óbvio, será um erro tremendo se a vecchia signora não accionar, no final da temporada, a cláusula de opção de compra dos passes destes dois - na verdadeira acepção da palavra - reforços. Quanto ao defesa confirmou tudo o que de bom havia feito em Bari, afirmando-se também como indiscutível na azzurra, sempre ao lado de Chiellini.
Menções honrosas para Storari e Pepe. O guardião tem substituído com grande nível e eficácia Gigi Buffon, que está perto do regresso oficial aos relvados. Marchisio tem alinhado preferencialmente pela faixa esquerda o que tem equilibrado bastante a equipa em termos tácticos, relegando Pepe para o banco de suplentes. Apesar dessa condição e mesmo sem deslumbrar, o extremo tem-se revelado uma opção extremamente útil.
As vitórias sobre Milan e Lazio são claramente os melhores momentos da temporada até ao momento. Para além das duas (únicas) derrotas acima citadas merecem destaque pela negativa os empates caseiros frente a Roma e Fiorentina, duas partidas onde a Juventus foi nitidamente superior, esbanjando chances de golo em catadupa. Outras igualdades consentidas perante adversários menores explicam a diferença pontual de 5 pontos para o líder.
O mercado de Inverno está quase aí e esperam-se alguns reacertos no plantel juventino. Tem-se falado insistentemente na hipótese da vinda de um avançado, um centrocampista, um central e um lateral. Sissoko e Amauri parecem na porta de saída. Veremos o que o mês de Janeiro trará até à Corso Galileo Ferraris.
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